Ao Brasil, perdão!
Oh Pátria minha! Uma vez mais peço-te perdão. Já se passam séculos e continuamos a fazer o de sempre: roubar-te! Sim, porque ao absolver ladrões implicados Mostramos que estamos todos do mesmo lado. Todos sonhamos acordados com o futuro que não chega jamais! Nossa inércia é monstruosa. Nada mais nos indigna. Nem mesmo nossa justiça, que parece mais afeita a ladrões de galinhas. Estamos anestesiados pelos odores pestilentos de nossa pocilga moral, Confundidos pelas notícias propositalmente desencontradas, Abatidos, fatigados pelo labirinto de problemas ditos insolúveis. Respiro fundo e sonho: Como poderia ser diferente se tudo funcionasse! Mas as malas de dinheiro não carregam valores para matar a fome, Não compram remédios, Não pagam professores. Tudo continua a repetir-se como antes, Na hereditariedade das capitanias e nos bigodes dos coronéis. O luxo é para poucos! Continuamos, entretanto, anestesiados, Assistindo a tudo como um novo capítulo de uma novela, Como...